segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Queria eu saber fazer poesia

Triste verdade:
Eu nunca soube fazer poesia.

Fazer sentir os outros o que eu sinto,
Tocar bem lá no fundo
Não é comigo e não minto:
Quando conseguir, extinguir-se-a o mundo.

Nunca soube fazer verso,
Nunca soube rimar,
Nem neste universo,
Nem em outro lugar.

Que enrascada...
Menina que só rima
Anna com banana,
Aba com jabuticaba,
Mão com mamão,
Só acabaria em salada
Nenhuma obra-prima.

Inventa métrica,
Só faz graça,
Camões que perdoe essa desgraça...

Cabe a mim, então,
Antes que aborreça,
Deitar no chão e
"Que apodreça!"

Não que eu mereça...

Percebe a tristeza?
Palavra de consolo, pura gentileza.
Elogio, aí é safadeza!

E antes que eu me esqueça...

Eu nunca soube fazer poesia.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Tocando em frente

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs,
É preciso o amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha, e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada,
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
Estrada eu sou

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história,
E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz,
De ser feliz

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais

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