sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Diferença

A diferença percebe-se primeiro no olhar
Profundo, brilhante, perdido
E depois no riso
Constante, alegre, incondicional

A diferença se manifesta no som
Claro, intenso, significante
Logo, no captar da vista
Colorida, nítida, detalhada

O andar é mais leve
As palavras mais doces
O pensar, específico enquanto avoado

O coração, então, palpita num palpite inquieto
Deseja se ocupar pela razão
Alcançar as alturas
Falar mais alto
E fala

Então a diferença faz-se sutil
Quando externo se reflete interno
Fora de alcance
Impalpável, abstrata, confus'alma de amante

Aparente conflito; demais sublime
Tomada por preocupação; admirável excepcional

Alma amante vívida
Alma amante visceral
Faz em todos presente
Latente
Até que aflore

Daí vem encanto
Encanto por pessoas
Encanto mundano
Por tudo e por nada
Por todos e por ninguém
Por alguém

Fundamental existência
Vazia existência
Sem a alma amante
A alma errante
A alma marcante

Marcadamente diferencial
Essencial

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vórtex de emoção

Dúvidas permeiam minha mente
Medos dominam minha alma
Eu só queria reaver aquela paz
Eu só queria reaver aquele ser

A insegurança obscurece soluções
O conformismo ignora o panorama
Daquilo que me destrói
Daquilo que me possui

Os passos, pesados, pareciam pecados
Os caminhos, trilhados, teimavam errar

Tudo o que é prático
Nunca me levou a lugar algum
O que eu tenho a perder?
O que eu tenho a ganhar?

A profundidade de um primeiro corte
É medida por de trás de uma venda
Mas ele não é o primeiro
Mas ele não é o mais profundo

É conseqüência, inconseqüente, dos que vieram depois...

O claro, cercado, cedia cansado
O coração, exautado, queria amar

A máxima lucidez não se atinge de um dia para o outro
Mas é vendida em caixinhas nas farmácias
Por um preço que pode lhe custar a vida...
De trabalho duro, é claro.

Mesmo assim, quando chegar a hora,
Minhas pernas irão ceder
Ao peso do cronômetro invisível
Que rege a minha vida
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Obs: "repostando" um poema antigo, por seu valor emocional... 

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fantasmas do passado

Para que estagnar no passado se temos um presente a ser vivido?


Me encontro atualmente num impasse. Sinto como estivesse ganhando muito, mas perdendo muito também, em quase todos os sentidos.

Enquanto perco pessoas de um lado ganho de outro. Enquanto perco tempo de um lado, ganho de outro. Enquanto perco dinheiro de um lado, ganho de outro. Enquanto perco a cabeça, ganho lucidez. Enquanto perco minha paz, ganho o sossego. Enquanto aproximo, afasto. Enquanto amo, odeio. Enquanto questiono, aceito. Me entristeço, mas fico feliz. Ando, mas paro. Vejo, mas ignoro. Rio, mas choro...

Assim vou indo numa eterna antítese, a qual não corresponde de forma alguma ao equilíbrio. Pudera. Na realidade o paradoxo me anseia e desespera, como se minha vida não pudesse ser serena ou descomplicada, mas dramática e penosa. Ando repleta de insatisfações, incapaz de enxergar realmente as situações como estão. Incapaz, na realidade, de ACEITAR as situações como estão, abandonar os fantasmas, aproveitar, cautelosamente, o que há de bom para ser aproveitado em cada experiência.

Deste modo, sinto-me bastante presa a momentos/pessoas que preferia esquecer. O desejo de seguir em frente parece ocultado pela curiosidade pelo passado, juntamente com a necessidade de resolução. Como se não bastasse, há o ingrato ponto de interrogação que é tão ou ainda pior que o desapego.
É quase impossível simplesmente esquecer, passar por vidas sem se afastar delas uma hora ou outra, de um jeito ou de outro. Este compromisso é incabível, isso se considerarmos que o caminho individual cruza com outros em dados momentos da vida, não necessariamente coincidindo sempre com eles.

Daí vem o erro do apego. É importante termos em mente que as pessoas não aparecem em nossas vidas para permanecer, mas sim para nos marcarmos de alguma forma e assim aprendermos com elas, vice-versa. Tentar agarrar os momentos e as pessoas que podem estar envolvidas neles significa deixar de vivenciar outras experiências presentes, complementares e essenciais somente para analisar algo que já passou e não possui muita aplicação no AGORA.

É por isso que digo NÃO à inércia, NÃO aos fantasmas, NÃO à nostalgia maléfica! Se estiver nostalgico (a) como eu estou agora, refletindo sobre o passado através de fotos, escritos e lembranças, palpáveis ou não, feche os olhos e ouvidos agora mesmo. Tenha foco. Se o passado não interfere mais no seu presente de forma positiva, não tenha receio em "esquecê-lo", não de completo, mas a parte menos interessante para o seu desenvolvimento pessoal. O passado,enfim, não deve se confundir com escapismo ou fonte de dúvidas, mas sim fonte de saber.

O tempo não pára e a vida é grande demais para ser desperdiçada em devaneios. Prefiro aproveitar a oportunidade enigmática que me foi dada de apenas VIVER!

Não permita que a vida passe diante dos seus olhos sem que a
veja...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Resta pouco, ou quase nada,
do presente passado maléfico
Ouço um ruído.
Será suspiro aliviado?
Ou coração dilacerado?

Do âmago analiso uma
petulante sensação.
Um não sei o que
inquieto, mas de certo
envolvente e corrosivo.

ESPERE!
Vejo dentes, vários deles,
exibidos num desajeitado sorriso.
Vejo brilho, intenso e enigmático,
no par capitoso de olhos.
Tudo muito vago,
tal como um sonho desintegrado.
ESPERE!
Sinto abraços megalomaníacos
de bem querer e amparo.
Sinto a luz lançada, forte e quente,
da esperada salvação.
Sinto a brisa suavemente natural
da cômoda boa companhia.
PARE!

...Sinto a venda negra do apego, da desilusão, do desespero ímpio, rastejante, OBSCENO!

Friso que em nada devo saudosismo.
Pois de dúbios excepcionais tarde me saturo.

Castrou meu ego desaprovando com o olhar.
Ergueu barreiras intransponíveis
de odiosos sorrisos amarelos,
intragáveis risadas nervosas,
grotescas respostas superficiais...

Presente carne...
Ausente alma...
Não quero mais pensar
em tão vívida morte encarnada
de viscerais modos, mas
extrema perfeição anacrônica.

Lívida cá estou.
Ainda há o que remoer
enquanto existirem insatisfeitos
velhos surdos para ouvirem
a implacável dor no peito
dos insanos tagarelas.

Esses foram os relatos épicos de uma empreitada sublime, dilacerante, intensa, concomitantemente definhada nas entranhas por demais joviais, dantes inalteradas, porém o ultraje, o rancor, a angustia transformaram, vulgarmente, minha alcunha, sua alcunha, o amor.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O susto

Isso daria um ótimo nome para filme.. o_o É o que eu sempre digo, mas, desta vez, reconheço que me assustei de verdade: por um momento pensei que o meu querido (e abandonado) blog tivesse sido deletado!


Não que isso fosse fazer graaaaaaaande diferença, mas de repente me ocorreu o fato de que alguns textos meus estavam salvos aqui em forma de rascunho, implorando para serem escritos. Então gelei.


Nada de pânico, é a ordem. Aparentemente, foi apenas um alarme falso e um daqueles que talvez me façam ter algum tipo de consideração pelo meu pobre bloguinho e volte a escrever, porque, afinal, esta prática é uma delícia muito necessária. Espero que isso seja verdade...

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