sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Japonês



Estudar japonês exige, antes de tudo, coragem para encarar as letras.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Infinito particular



Não espero mais de ninguém o interesse pelo meu lado mais secreto e também mais belo.

Por mais que às vezes eu insista em compartilhar um pouco deste universo mágico, existem pessoas que preferem continuar encarando o próprio nariz e pronto.

E quando isso acontece só significa uma coisa: que a pessoa não merece este contato, este pequeno compartilhamento de alma.

O infinito é mesmo particular. 

Aberto apenas aos bons observadores.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sobre viver sem culpa

Numa rajada de compreensão, um peso abandonou meu corpo e cedeu a uma justiça leve.

Talvez eu esteja sendo muito dura comigo mesma. Tenho duvidado constantemente até das minhas intenções, julgando, logo de início, que não são boas. Me declarando culpada sem chance de recorrer.

Mas, por um momento, compreendi suspirando aliviada que algumas coisas são o que são, numa espécie de neutralidade pragmática. Fiz o que fiz, porque precisava fazer. Sem juízo de valores.

Assim como é impossível eu ser a santa que às vezes penso ser, é impossível eu ser essa bruxa implacável que eu ando me retratando. Nem tanto no céu, nem tanto na terra.

E então eu procuro me liberar desse peso pouco a pouco, nas pequenas decisões cotidianas. Como eu já concluí antes: eu não preciso pedir licença para existir. Eu tenho direito a existir. E tenho direito a uma existência livre de culpas.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Seja melhor


Oh, I get it, now.

Pessoas que não fazem nada relevante e nem possuem nada de bom para falar são aquelas que sempre procuram criticar e corrigir os outros, não importa a ocasião. É assim que funciona.

Eu conheço gente assim. Você, se tiver o mesmo azar que eu, também conhece. O remédio para isso? Talvez seja evitar ao máximo a convivência. Sim, isso deve funcionar...

Mas tem outra coisa. Gente assim me inspira a ser diferente, me inspira a ser melhor, a produzir mais...

Porque o mundo não precisa de mais gente mané que não consegue deixar de reparar na manchinha minúscula e imperceptível da ponta do seu sapato. Ou que não consegue ignorar o mais simples erro de português da sua frase e, imediatamente, corrige. Você REALMENTE não quer ser este tipo de pessoa, né?

Né?

Então não seja este tipo de pessoa, combinado? Seja melhor. Seja aquela que você gostaria de passar o tempo junto. Aquela que você sentiria saudade e compraria presente fora de hora. Aquela que você consegue abraçar com sinceridade e sem constrangimento. Conseguiu mentalizar aí? Ótimo.

Agradeço.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Sobre o meu direito de odiar o verão e falar abertamente sobre isso


Às pessoas que gostam de verão e não permitem que eu não goste e manifeste isso, eu dedico todas as baratas que apareceram na minha varanda e no meu banheiro.

Eu dedico todos os pernilongos que se banquetearam com o meu sangue.

Eu dedico todas as minhas noites insones.

E todos os meus dias improdutivos.

A todos aqueles que gostam de verão e não conseguem assimilar alguém que não goste, eu dedico todos os dias nos quais eu morri cozida no transporte público.

Todas as vezes em que a minha pressão abaixou.

Todas as vezes em que fiquei tonta.

E todas as vezes em que fiquei desidratada e doente.

A todos esses estranhos seres adoradores do sol, eu dedico todas as cantadas nojentas que já ouvi na rua por usar "uma roupa mais curta".

Dedico todas as contas de água gasta para lavar quilos e quilos de lençóis, fronhas e trajes suados.

Dedico todas as minhas plantas mortas.

E toda a dor da pele castigada pelo sol, apesar do protetor solar.

Ofereço a todos essas pessoas perturbadas, que tem a audácia de reclamar do inverno, toda a angústia dos meus amigos caninos e felinos com seus casacos de pelos permanentes.

Toda a comida que rapidamente estragou.

Todo o fedor das pessoas que transpiram irremediavelmente.

E todos os aparelhos eletrônicos pifados.

A vocês, um abraço bem grudento, bem molhado e bem demorado.

Porque verão só é bom dentro de uma piscina ou dentro do mar. No máximo no ar condicionado de alguma loja. E só!

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