segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Desejo sincero



Eu desejo que todas as pessoas ao meu redor se tornem cada dia mais conscientes.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

10 anos atrás


Hoje faz dez anos da minha cerimônia de Bat Mitzvá.

O fato de eu lembrar disso não é uma celebração ou um  lamento, mas uma constatação de uma época da minha vida.

Algo curioso a se considerar é a minha participação nesta cerimônia, que ocorreu no colégio judaico onde cursei todo o Ensino Fundamental. Ou seja: onde passei outros dez anos da minha vida.

É curioso, porque a minha participação no Bat Mitzvá não foi realizando uma reza, mas cantando um poema chamado "Eshet chayil", que significa "Mulher virtuosa". 
É um poema do último capítulo do livro de provérbios do Rei Salomão, cuja função não é adorar a deus ou à fé judaica, mas enaltecer a figura da... Mulher.

Hoje, meu coração liberto da crença religiosa, fica contente com essa peculiar, quase premonitória, participação. 
Algo que pode ser chamado de ironia do destino.

Uma menina que um dia abandonaria crenças em divindades, mas acreditaria, acima de tudo, no poder do amor.

Aprecie neste vídeo o ápice da minha religiosidade e, ao mesmo tempo, não religiosidade.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Livrai-me




Livrai-me do cinismo.
Do ceticismo.
Do sarcasmo.

Livrai-me do senso de ridículo.
Da superficialidade.
Do banal.

Livrai-me dessa falta de poesia.
De magia.
De algo mais.

Livrai-me da falta de curiosidade.
De vontade.
De luta.

Livrai-me da mediocridade.
Dos limites.
Do seguro.

Livrai-me desse excesso de razão.
Desse comodismo.
Desse vazio.

Livrai-me do imediato.
Do egoísmo.
Do comum.

Livrai-me dessa falta de interesse.
De prazer.
De amor.

Livrai-me dessa falta de criança.
Dessa falta de dança.
Dessa falta de sorriso.

Que nunca me falte o encanto.
Que nunca se vá minha ingenuidade.
Que a vida seja eterna graça.
Eterna surpresa.
Eterno aprendizado.

Amém.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Malícia


Toda forma de malícia é burra.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ser ou não ser


Há quem goste de ser. Há quem goste de aparecer.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O tamanho do coração


Existem corações de todos os tipos e tamanhos. 

O meu deve ser pequeno e reservado, porque, às vezes, toma um susto de tanto amor que aparece e transborda afeto para todos os lados.

Enquanto outras vezes parece que só resta um vazio sem fim que aperta e encolhe, encolhe, encolhe. Torce até escorrer algumas lágrimas, que depois secam com um suspiro.

Meu coração tem também alguns remendos aqui e ali. Vira e mexe eles soltam e isso machuca um pouco. Conserto sempre tem com uma boa risada com alguém querido.

Meu coração às vezes fica leve feito um balão ou pesado feito uma rocha. E é agitado feito as asas de um beija-flor, até pula uns compassos. É que a vida emociona e a paixão não me deixa mentir.

E tem gente que tem um coração do tamanho do mundo, com muito espaço para amar sem fim. Me pergunto se também acaba sobrando espaço para a dor. Deve ser difícil de administrar, no final das contas.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Proteção

De repente surge uma vontade aguda, ardida e urgente de proteger aqueles que me são caros.  Proteger de todo o mal, de toda a intolerância, de toda a inveja, de toda injustiça, má vontade, dor, perda, rejeição, antipatia e incompreensão. 

Proteger até aqueles que não me vêem como amiga íntima, que talvez nem cogitariam me proteger sequer de um pernilongo, mas que eu os guardo bem lá no fundo do coração.

Você pode não gostar da minha família e dos meus amigos, até eu posso não gostar deles às vezes, mas te retiro todo e qualquer direito de machucá-los.

Podemos fazer parte de um grupo seleto e particular de excluídos, de nerds, de traumatizados, de esquisitos, de caretas, de anônimos, de introvertidos, de incompreendidos... Podemos ser do time dos que não recebem aplausos na formatura, dos que sempre eram escolhidos por último para as equipes das aulas de Educação Física, dos que pagam por festas de aniversário para ninguém ir, dos que não recebem "curtidas" no Facebook ou em qualquer outra rede social, dos que fazem piada e ninguém ri, dos que precisam sempre ceder espaço para os outros, dos que não são notados quando estão num lugar e dos que ninguém sente muita falta quando se vão.

Mas esse é o meu time. E ai de você se pensar mal dele.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fumantes


Quem fuma não merece o próprio ar que respira. Ainda mais em pleno século XXI, depois de décadas de campanhas anti-tabagistas.

Doa a quem doer, meus amigos fumantes que me perdoem, mas fumar é tão feio quanto tirar caquinha de nariz e, logo em seguida, colocar a mão na maçaneta para um desavisado melecar a mão. É tão feio quanto fazer coco e não dar descarga, quanto cuspir no chão, quanto vomitar no pé de alguém e quanto jogar lixo pela janela do carro.

Hoje é coisa de gente mal educada, mesmo. De caipira, de peão. Não é nem remotamente elegante ou glamouroso, como alguns gostam de pensar. Não passa de um vício imbecil e egoísta, que não prejudica apenas a saúde do fumante, mas a de todos ao redor dele. Gafe comparável apenas ao vício em álcool, outra droga legalizada que também mata aos milhares ao redor do mundo.

E é também muito ridículo. Parece chupeta de gente grande que não conseguiu superar a fase oral da primeira infância. Coisa de quem não tem segurança, não sabe o que fazer com as mãos enquanto conversa e, por isso, acende um cigarro. Coisa de quem não tem nada de interessante para dizer e, por isso, alucina achando que um cigarro irá torná-lo, subitamente, descolado.

Só que não.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Problemas


Os nossos problemas rareiam, ou mesmo desaparecem, quando a nossa definição de problema muda.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Amor



De repente me veio um amor maior que eu, maior que tudo no mundo, e ficou.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Medo


Nos últimos tempos, perdi meu medo de agulha, do escuro, do mar, do rio, do frio, da dor, de virar de pernas para o ar, de dançar na praia como se areia fosse linóleo de palco, de cozinhar para mim, de cozinhar para os outros, de gato, de gente, de falar ao telefone e de falar ao vivo, da nudez, de depilação com cera, de fazer trabalho para conclusão de curso sozinha, de trabalhar, de acordar antes das 5, de banco, de martelo, de prego, de alicate, de parafuso, de bucha, de furadeira e de cabo elétrico, de ser como gosto de ser, de andar com quem gosto de andar, de evitar quem eu preciso evitar, de rir sozinha no ônibus, de agradecer meus pais, de perdoar meus pais, de não estar com a razão, de me olhar no espelho, de tocar os outros, de não ser bonita, de falar sobre todo o tipo de coisa,  do fracasso, das minhas lágrimas, do imprevisto, do silêncio, do barulho, do vazio.

O medo não é estático, exige superação constante sobre si mesmo. Por isso, ainda terei muitas e muitas oportunidades na vida para ser corajosa.

Ainda bem.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Coisas que acontecem ou deveriam acontecer


"Aquilo é para ser." 

"O que é meu está guardado!"

"Isso não era para acontecer agora."

"Cada coisa tem o seu tempo certo."

"Se não é feliz, é porque ainda não é o final."

"A vida não dá ponto sem nó!"

"Deus escreve certo por linhas tortas."


E por aí vai.

É engraçado pensar em destino. Reconfortante, de certa forma. Como se o Universo estivesse de fato conspirando para o seu sucesso e lá na frente você fosse receber a "recompensa" pelos caminhos perniciosos. 

Ou conspirando pelo seu fracasso e, após trancos e barrancos, só restasse um precipício.

E você pudesse esperar bem sentadinho e confortável por isso, porque a sua vida já está encaminhada.

Estou aqui pensando nos prós e contras dos caminhos...

Por um lado, eu penso que algo definitivamente não deveria ter ocorrido na minha vida, que não era para ter sido daquela forma e sim de outra mais alinhada com o que eu entendo por experiências produtivas e positivas.

Por exemplo: não era para eu ter feito faculdade de Audiovisual no Senac. Não era para isso ter acontecido, simplesmente.

Eu ainda estou convicta de que a minha vida acadêmica deveria ter sido uma experiência estimulante, na qual eu sentisse estar pensando em coisas inspiradoras e fundamentais, fazendo parte de algo importante, construindo um caminho de jovial e engajado sucesso.

Ao invés disso me vi num ambiente hostil, competitivo, alucinado e incoerente, que, silenciosamente, foi roubando pedacinhos de alma e arrancando pontos de feridas já quase cicatrizadas.

Uma amostra do mundo real?

Talvez.

Mas não era a experiência que eu gostaria de ter tido.

Não eram as pessoas que eu gostaria de ter conhecido.

Queria ter me rodeado de um mundo mais livre, de gente mais aberta... Queria ter tido mais sede pelo saber!

Por outro lado, se eu não tivesse entrado no Senac, não teria conhecido o Rafael, quem hoje me enche de afeto, me faz esta companhia tão boa, me apoia em todos os momentos e me permite ser espontânea.

Mas se eu não tivesse conhecido o Rafael, talvez teria me poupado algumas lágrimas de brigas.

Ou não, porque poderia ter continuado o namoro desequilibrado de antes e ter chorado o triplo de lágrimas.

Ou quem sabe também não, porque poderia ter entrado em alguma universidade em outra cidade e teríamos rompido de uma forma ou de outra.


...

...

Acho que nunca vou saber, né?

Se as coisas acontecem por acaso ou se acontecem por destino ou sincronicidade...

Se as coisas deveriam ser de um jeito, mas são de outro...

E ninguém me garante se o jeito de agora está com certeza melhor do que muitas outras possibilidades descartadas pelos mais diversos detalhes e eventos, dos mais ínfimos aos mais grandiosos.

Se o que eu julgo ser melhor para mim na verdade não é por uma série de motivos, muitos dos quais desconheço.

Talvez seja mesmo o caso de receber com gratidão tudo o que  estiver na nossa vida, tanto as partes boas quanto as partes más, porque, na verdade, tudo tem um lado bom e um lado ruim e nada garante que depois as coisas vão ficar perfeitas exatamente como gostaríamos.

Aliás.

Em tempo: na verdade as coisas nunca foram perfeitas, nem antes e nem durante o Senac. E nem serão depois, não do ponto de vista objetivo.

Sou eu é quem deve estar alimentando uma vaga esperança de que, passada um fase, outra melhor virá e está lá guardadinha me esperando.

Opa.


Já sei


... Talvez eu tenha me perdido quando recuei alguns passos achando que assim avançaria um.

Quando, depois de fechar uma janela e pular para fora numa porta recém aberta, cheia de possibilidades e incertezas, resolvi espiar mais um pouquinho pela frestinha da janela fechada, porque era tudo o que eu conhecia.

E continuo observando a frestinha, louca para, o quanto antes, poder fugir pela porta antes que um vento passe e feche ela de vez.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Eu adoro rosas, mas...



Texto retirado do blog da Lola e escrito pela Marjorie.

Dispenso esta rosa!

Dia 8 de março seria um dia como qualquer outro, não fosse pela rosa e os parabéns.Toda mulher sabe como é. Ao chegar ao trabalho e dar bom dia aos colegas, algum delesvai soltar: "parabéns".
Por alguns segundos, a gente tenta entender por que raios estamos recebendo parabéns se não é nosso aniversário (exceção, claro, à minoria que, de fato, faz aniversário neste dia). Depois de ficar com cara de bestas, num estalo a gente se lembra da data, dá um sorriso amarelo e responde "obrigada", pensando: "mas por que eu deveria receber parabéns por ser mulher?".
Mais tarde, chega um funcionário distribuindo rosas. Novamente, sorriso amarelo e obrigada. É assim todos os anos. Quando não é no trabalho, é em alguma loja. Quando não é numa loja, é no supermercado. Todos os anos, todo 8 de março: é sempre a maldita rosa.
Dizem que a rosa simboliza a "feminilidade", a delicadeza. É a mesma metáfora que usam para coibir nossa sexualidade -- da supervalorização da virgindidade é que saiu o verbo "deflorar" (como se o homem, ao romper o hímen de uma mulher, arrancasse a flor do solo, tomando-a para si e condenando-a -- afinal, depois de arrancada da terra, a flor está fadada à morte). É da metáfora da flor, portanto, que vem a idéia de que mulheres sexualmente ativas são "p***s", inferiores, menos respeitáveis.

A delicadeza da flor também é sua fraqueza. Qualquer movimento mais brusco lhe arranca as pétalas. Dizem o mesmo de nós: que somos o "sexo frágil" e que, por isso, devemos ser protegidas. Mas protegidas do quê? De quem? A julgar pelo número de estupros, precisamos de proteção contra os homens. Ah, mas os homens que estupram são psicopatas, dizem. São loucos. Não é com estes homens que nós namoramos e casamos, não é a eles que confiamos a tarefa de nos proteger. Mas, bem, segundo pesquisa Ibope/Instituto Patricia Galvão, 51% dos brasileiros dizem conhecer alguma mulher que é agredida por seu parceiro. No resto do mundo, em 40 a 70 por cento dos assassinatos de mulheres, o autor é o próprio marido ou companheiro. Este tipo de crime também aparece com frequência na mídia. No entanto, são tratados como crimes "passionais" -- o que dá a errônea impressão de que homens e mulheres os cometem com a mesma frequência, já que a paixão é algo que acometeambos os sexos. Tratam os homens autores destes crimes como "românticos" exagerados,príncipes encantados que foram longe demais. No entanto, são as mulheres as neuróticas nos filmes e novelas. São elas que "amam demais", não os homens.

Mas a rosa também tem espinhos, o que a torna ainda mais simbólica dos mitos que o patriarcado atribuiu às mulheres. Somos ardilosas, traiçoeiras, manipuladoras, castradoras. Nós é que fomos nos meter com a serpente e tiramos o pobre Adão do paraíso (como se Eva lhe tivesse enfiado a maçã goela abaixo, como se ele não a tivesse comido de livre e espontânea vontade). Várias culturas têm a lenda da vagina dentata. Em Hollywood, as mulheres usam a "sedução" para prejudicar os homens e conseguir o que querem. Nos intervalos do canal Sony, os machos são de "respeito" e as mulheres têm "mentes perigosas". A mensagem subliminar é: "cuidado, meninos, as mulheres são o capeta disfarçado". E, foi com medo do capeta que a sociedade, ao longo dos séculos, prendeu as mulheres dentro de casa. Como se isso não fosse suficiente, limitaram seus movimentos com espartilhos, sapatos minúsculos (na China), saltos altos. Impediram-na que estudasse, que trabalhasse, que tivesse vida própria. Ela era uma propriedade do pai, depois do marido. Tinha sempre de estar sob a tutela de alguém, senão sua "mente perigosa" causaria coisas terríveis.

Mas dizem que a rosa serve para mostrar que, hoje, nos valorizam. Hoje, sim. Vivemos num mundo "pós-feminista" afinal. Todas essas discriminações acabaram! As mulheres votam e trabalham! Não há mais nada para conquistar! Será mesmo? Nos últimos anos, as diferenças salariais entre homens e mulheres (que seguem as mesmas profissões) têm crescido no Brasil, em vez de diminuir. Nos centros urbanos, onde a estrutura ocupacional é mais complexa, a disparidade tende a ser pior. Considerando que recebo menos para desempenhar o mesmo serviço, não parece irônico que o meu colega de trabalho me dê os parabéns por ser mulher?

Dizem que a rosa é um sinal de reconhecimento das nossas capacidades. Mas, no ranking de igualdade política do Fórum Econômico Mundial de 2008, o Brasil está em 10oº lugar entre 130 países. As mulheres têm 11% dos cargos ministeriais e 9% dos assentos no Congresso -- onde, das 513 cadeiras, apenas 46 são ocupadas por elas. Do total de prefeitos eleitos no ano passado,apenas 9,08% são mulheres. E nós somos 52% da população.

A rosa também simboliza beleza. Ah, o sexo belo. Mas é só passar em frente a uma banca de revistas para descobrir que é exatamente o contrário. Você nunca está bonita o suficiente, bobinha. Não pode ser feliz enquanto não emagrecer. Não pode envelhecer. Não pode ter celulite (embora até bebês tenham furinhos na bunda). Você só terá valor quando for igual a uma modelo de 18 anos (as modelos têm 17 ou 18 anos até quando a propaganda é de creme rejuvenescedor...). Mas mesmo ela não é perfeita: tem de ser photoshopada. Sua pele é alterada a ponto de parecer de plástico: ela não tem espinhas nem estrias nem olheiras nem cicatrizes nem hematomas, nenhuma dessas coisas que a gente tem quando vive. Ela sorri, mas não tem linhas ao lado da boca. Faz cara de brava, mas sua testa não se franze. É magérrima (às vezes, anoréxica), mas não tem nenhum osso saltando. É a beleza impossível, mas você deve persegui-la mesmo assim, se quiser ser "feminina". Porque, sim, feminilidade é isso: é "se cuidar". Você não pode relaxar. Não pode se abandonar (em inglês, a expressão usada é exatamente esta: "let yourself go"). Usar uma porrada de cosméticos e fazer plásticas é a maneira (a única maneira, segundo os publicitários) de mostrar a si mesma e aos outros que você se ama. "Você se ama? Então corrija-se". Por mais contraditória que pareça, é esta a mensagem.

Todo dia 8 de março, nos dão uma rosa como sinal de respeito. No entanto, a misoginia está em toda parte. Os anúncios e ensaios de moda glamurizam a violência contra a mulher. Nas propagandas de cerveja e programas humorísticos, as mulheres são bundas ambulantes, meros objetos sexuais. A pornografia mainstream (feita pela Hollywood pornô, uma indústira multibilionária) tem cada vez mais cenas de violência, estupro e simulação de atos sexuais feitos contra a vontade da mulher. Nos videogames, ganha pontos quem atropelar prostitutas.

Todo dia 8 de março, volto para casa e vejo um monte de mulheres com rosas vermelhas na mão, no metrô. É um sinal de cavalheirismo, dizem. Mas, no mesmo metrô, muitas mulheres são encoxadas todos os dias. Tanto que o Rio criou um vagão exclusivo para as mulheres, para que elas fujam de quem as assedia. Pois é, eles não punem os responsáveis. Acham difícil. Preferem isolar as vítimas. Enquanto não combatermos a idéia de que as mulheres que andam sozinhas por aí são "convidativas", propriedade pública, isso nunca vai deixar de existir. Enquanto acharem que cantar uma mulher na rua é elogio , isso nunca vai deixar de existir. Atualmente, a propaganda da NET mostra um pinguim (?) dizendo "ê lá em casa" para uma enfermeira. Em outro comercial, o russo garoto-propaganda puxa três mulheres para perto de si, para que os telespectadores entendam que o "combo" da NET engloba três serviços. Aparentemente, temos de rir disso. Aparentemente, isso ajuda a vender TV por assinatura. Muito provavelmente, os publicitários criadores desta peça não sabem o que é andar pela rua sem ser interrompida por um completo desconhecido ameaçando "chupá-la todinha".

Então, dá licença, mas eu dispenso esta rosa. Não preciso dela. Não a aceito. Não me sinto elogiada com ela. Não quero rosas. Eu quero igualdade desalários, mais representação política, mais respeito, menos violência e menos amarras. Eu quero, de fato, ser igual na sociedade. Eu quero, de fato, caminhar em direção a um mundo em que o feminismo não seja mais necessário.

...Enquanto isso não acontecer, meu querido, enfia esta rosa no dignissímo senhor seu **.

Texto retirado do blog da Lola e escrito pela Marjorie.

Filme de terror sem final feliz (?)


Tudo bem, Sombra, se você quer me sugar de volta para as trevas neste exato momento, não tem problema.

Foda-se.

Eu perdi o medo do escuro.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Como eu me sinto quando a vida bandida fica mais difícil...




Em épocas tenebrosas de crise existencial, isso só pode significar uma coisa: recaída judaica.

L'chaim!



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Decepções



De decepção em decepção, me restou um vazio pulsante, um silêncio ensurdecedor e lágrimas mais secas que um deserto.

sábado, 8 de junho de 2013

Sobre o Estatuto do Nascituro




Para as pessoas que ainda insistem neste mito estúpido do "instinto materno", como se toda mãe devesse amar seus filhos, independente de tudo. Fica aqui uma dica incrível: não, nem toda mãe ama seu filho. Ou você vai me dizer que nunca ouviu falar em mães que abandonam os filhos, em mães negligentes, ausentes, ou em mães que até mesmo  atiram o filho pela janela. Isso não é mero desequilíbrio mental. Isso se chama gravidez indesejada levada ao extremo.

Mães não são ciborgues projetados para amar incondicionalmente. Mães são seres humanos, com todas as complexidades, todos os dilemas e todas as inseguranças que qualquer pessoa carrega. Quando uma mulher dá a luz, imagino, não ocorre um fenômeno mágico que a transforma imediatamente numa criatura santa e sobrenatural, e não há nada de glamoroso e fantástico na gravidez. Acha que eu estou mentindo? Então experimente engravidar.

Tendo dito isso, gostaria que imaginassem, então, uma mulher que carrega em seu ventre um feto fruto de um abuso sexual. Além de ser uma gravidez indesejada, é uma lembrança viva de uma violência, de um homem que, brutalmente, a violentou, invadiu dolorosamente a sua intimidade, a humilhou, subjugou, feriu de todas as formas possíveis.

O que eu consigo visualizar desta situação é uma mulher despreparada, humilhada e abandonada, sendo obrigada a alimentar em seu âmago um ser que a recordará todos os dias de uma violência, a qual, por si só, já teria sido suficiente para marcar sua vida para sempre. Eu só consigo imaginar uma mulher que definha e morre por dentro, enquanto um ser vai ganhando forças as suas custas. As custas do sofrimento dela.

O que eu consigo visualizar é uma criança rejeitada por uma mãe confusa que não consegue amá-la por completo. Uma criança complexada, magoada, que, ao longo da vida, provavelmente irá desejar não ter nascido, porque se sente um fardo e sente uma profunda e incorrigível culpa por ter "arruinado" a vida da própria mãe.

Por favor, pessoas que se opõem ao aborto, se coloquem no lugar dessas mulheres. Dessas mulheres que engravidam violentadas por um homem; que engravidam, mas o bebê possui alguma doença que o impedirá de ter uma vida digna, ou então sequer nascerá vivo; que engravidam por acidente - e não venham me dizer que não ocorre, pois ocorre, porque nenhum método anticoncepcional é 100% seguro - e não possuem nenhuma condição para criar uma pessoa como se deve.

Se coloquem no lugar dessas mulheres que não apenas precisarão passar por uma gestação incômoda, mas terão uma responsabilidade para o resto de suas vidas. Dessas mulheres que abrirão mão de seus sonhos, de seu tempo, de sua energia, de seu dinheiro e de sua autonomia para se dedicar a criação de outro ser humano. Porque, aparentemente, as pessoas esquecem que a questão não se encerra numa sala de parto, no abortar ou não abortar.

Espero que vocês sejam capazes de prever as consequências de crianças nascidas em contextos inoportunos. Espero que consigam se lembrar de todas as crianças miseráveis que moram pelas ruas, de todas as crianças maltratadas, de todas as crianças abandonadas em orfanatos e de todas as crianças assassinadas.

Na minha opinião, é muito mais ""simples"" interromper todo este drama enquanto este ser ainda não nasceu, ao invés de trazer ao mundo mais uma criança desamparada e um futuro adulto desequilibrado, traumatizado e inseguro. Melhor ainda: interromper todo este drama enquanto o ser é ainda um embrião e não sentirá nenhum tipo de dor.

Para mim, obrigar uma mulher a se manter grávida é assinar uma sentença de morte para a mãe e para o ser humano dentro dela. É claro que há sempre a possibilidade de o bebê nascer e ela amar ser mãe, mas e se isso não ocorrer? Se isso não ocorrer, se você é contra o aborto e a favor deste Estatuto, você está sentenciando uma mulher a interromper sua vida e, provavelmente, está sentenciando uma criança a viver pela metade.

Porque defender a vida pela vida para mim não conta. Viver por si só não é a única coisa que importa. É preciso viver com qualidade, num ambiente saudável e positivo. Viver sabendo que é amado, que sua família torce pelo seu sucesso, que terá oportunidades de crescer e se aprimorar.

Ter um filho não é (ou pelo menos não deveria ser) para qualquer um! É para pessoas cuja missão de vida seja criar um indivíduo. É para pessoas que se amam e contam com uma ótima estrutura familiar, psicológica e financeira. É para pessoas interessadas em desenvolver esses laços de mãe/pai e filhx. 

Não é para pessoas vaidosas que gostam da ideia de ter um "mini mim". Não é para pessoas que seguem a boiada e acham que simplesmente "faz parte da vida". Não é para pessoas que sequer conseguem se sustentar. Não é para pessoas que não questionam a si mesmas, nunca consultaram um terapeuta ou nunca buscaram se aprimorar. Não é para casais desfuncionais que acreditam que a salvação está num bebê. Não é para jovens estudantes, nem para velhos frustrados, nem para pessoas entediadas com a própria vida. E definitivamente não é para pessoas que têm filhos para poder pedir esmola na rua ou para garantir um Bolsa Família da vida.

Entendem?

Não é para qualquer um e pronto!

Já existem pessoas sofridas, desamparadas e desequilibradas DEMAIS no mundo, eu tenho certeza de que não precisamos de mais. Então, se uma mulher não possui nenhuma condição de criar um ser humano, então ela precisa de todo o apoio e de todas as condições para interromper sua gravidez com segurança.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Felicidade


Está muito difícil ser feliz. Para falar a verdade, está quase impossível. Mundo escandalosamente errado, não dá mais para ignorar... Seria ridículo me fechar numa redoma, achar tudo legal, pensar nas comprinhas do dia dos namorados, nas "férias" de julho, dar risada... É cínico, doentio. É rir para chorar na sequência. Copiosamente. Até arrancar todo esse ranço de realidade do peito. Não dá mais para continuar assim.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Sobre a música



Música boa leva a alma para dançar...


sexta-feira, 31 de maio de 2013

Regra número 1 de etiqueta...



Se não for limpar, não suje!!!


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Provando o "veneno"

Porque quando não entendemos do assunto, quando não podemos continuar não entendendo, só nos resta entender.

Se não pode contra, junte-se a eles.

Feriado, então, virou dia de pesquisar sobre o mundo mágico dos investimentos no Bradesco Corretora.

Me desejem boa sorte.

Eu não vou voar nunca mais


E quando eu descobri que não era infalível, foi tarde demais.




Numa madrugada...


... Encontrei este vazio de novo.

Este silêncio.

Este medo de existir.

Esta ausência total de perspectivas.

Sabe?

Esta sensação de que eu já perdi tempo. 

De que eu já estou velha demais para começar qualquer coisa.

Reencontrei este "descaminho".

Porque estou cansada destes caminhos que nunca me levaram a nada.

Meu deus como perdi tempo!

Reencontrei esta ausência crônica de informação.

De ajuda.

De compreensão.

Esta falta de investimento. Esta falta de notícia. Esta falta de paixão.

Falta tudo.

Falta começo.

Falta recomeço, meu deus!

Falta meio.

Falta resgate.

Um dia dormi para sempre, mas ninguém me acordou. Piquei meu dedo numa agulha envenenada e só me resta expulsar o veneno...

Sozinha.

Quanto mais tempo passa, maior a solidão.

Né?

Imersa numa solidão sufocante. 

É tanta gente querendo, é tanta gente buscando, é tanta gente correndo, é tanta gente vivendo, respirando.

É tanta gente e ninguém.

Reencontrei esta absoluta carência de talento.

Esta incrível falta de vontade.

De viver.

sábado, 25 de maio de 2013

Bondade


Ser uma pessoa boa, é dizer exatamente aquilo que pretende dizer, sem duplo sentido, sem jogos, sem disfarces, sem segundas intenções. 

E é preciso ser feliz. Não é possível ser bom enquanto há tristeza, rancor ou medo no coração.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Por una cabeza



Agora pouco ouvi tocando baixinho em algum lugar esta música lindíssima do Carlos Gardel e, de repente, me lembrei  de um amigo meu que era apaixonado por ela.

Acho que, provavelmente, ouvir ele falando desta música com tamanho entusiasmo foi o meu primeiro contato com este lado secreto dos homens, este lado mais romântico e sonhador.

Isso porque, até então, garotos eram, para mim, tão profundos quanto uma colher de café.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Maio





Maio é aquele mês fatídico, no qual absolutamente nada acontece da maneira que eu gostaria. Sinceramente, odeio Maio. 

É um mês desconfortável, ninguém é seu amigo direito, ninguém se aproxima ou, se tenta se aproximar, sou eu quem não tenho disponibilidade. Um horror, o pesadelo do desencontro e do ressentimento.

Maio é mês de perdas. Perco saúde, perco amigos, perco dinheiro, perco amor, perco tempo, perco a paciência e um pouco da vontade de acreditar. 

Parece até que ficou marcado nas minhas células: este mês foi feito especialmente para você sofrer. Inferno astral extra e adiantado. Troço do capeta que se passar devagar é ruim, mas se passar rápido é pior. Tortura da pior espécie. 

Devo ter morrido ou matado em Maio já umas centenas de vezes nas outras vidas. Eita mês dolorido, solitário. Feito mesmo para perder a inocência de vez.

Maio é mês de jogar tudo para o ar e querer que se exploda. Ele existe para te passar a rasteira e só.

Mas se formos olhar por outro ângulo, pode ser uma época para se queimar pontes e não voltar atrás daquilo que não serve mais. 

Eu fico ressentida, mas, na verdade, Maio deve ser a época ideal para se renovar, queimar tudo para depois montar o casulo em Junho, encubar em Julho e renascer em Agosto.

E que das cinzas renasçamos melhores e mais fortes!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sobre pessoas grossas...



Deve ser muito difícil precisar de uma casca grossa para viver e se relacionar com as pessoas.

Deve ser muito difícil ter que fazer pose de mau e insatisfeito o tempo inteiro, para que os outros desistam do bem escondido lá dentro.

Deve ser muito difícil ter sempre que se auto-afirmar, porque é incapaz de se amar por completo sem inferiorizar o outro.

Deve ser muito difícil precisar da grosseria toda hora para se comunicar, ao invés de usar palavras suaves.

Deve ser muito difícil não poder amar por medo de que te amem em retorno.

Deve ser muito difícil, mesmo, estar convencido de que não é feliz.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Justiça


Não há nada totalmente justo no mundo.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Ir e vir, partir ou ficar



E talvez eu vá, mesmo. Vá porque não tenho motivos para ficar. Ou talvez eu vá porque não estou ficando pelos motivos certos. Ou talvez eu só precise ir a uma praia, ou à casa de um amigo... Passear com o cachorro...? Quem sabe começar um curso novo?

Mas a vontade é ir, quando não estou; partir, quando não fico. A distância me enche de pressentimentos. O mundo fica todo desonesto. Alguma coisa abala a confiança. Vontade de antecipar um suposto abandono, largar antes que me larguem, fugir antes que fujam.

Alguma coisa está errada e traída.

Talvez seja a vontade de ficar, quando já parti.


Creative Commons