sexta-feira, 22 de abril de 2016

Amigos Virtuais


Quem reclama ou duvida de amizade virtual, com certeza deve ter um ótimo meio de transporte e bastante hora vaga.
Não?

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quem criminalizou a vida?


Não sei quem criminalizou a inocência
A timidez
A tristeza
E a introspecção.

Nem quem fez o desfavor de criminalizar o prazer
A risada solta
O abraço apertado
E o sexo.

Também queria saber quem criminalizou a sinceridade
A gordura localizada
As declarações piegas de amor
E a liberdade.

Não sei quem é, mas...
Ô. Sujeito. Amargo.
Sujeito estranho.
Reprimido.

Vê se toma jeito!
Trate de descriminalizar!

Tudo isso é natural e mal não faz.
Deixem-nos viver nossas vidinhas em paz.

Céu


Me encontro quando olho para o céu.
Vejo o mapa de mim mesma nas nuvens.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pequeno ensaio sobre a fetichização do corpo feminino

A hipersexualização das mulheres na mídia contribui para um pensamento objetificante do corpo feminino e para a naturalização da violência contra a mesma. O corpo deixa de pertencer a ela e passa a pertencer e servir ao entretenimento do homem, somente. 

Toda vez em que a mulher quiser se apropriar do próprio corpo, estará cometendo um crime e será julgada, condenada, hostilizada e censurada. 

A mulher não pode amamentar um filho quando e onde bem entender, pois estará ferindo os "bons costumes", não pode ficar sem camisa ou soutien em público, pois estará cometendo "atentado ao pudor", mas pode sair em revista  e filme pornográfico, pode desfilar nua no carnaval, pode tirar as roupas todas em clubes masculinos, pode aparecer inteira nua em filmes/séries/HQs a qualquer momento, desde que esteja sempre divertindo o homem. 

Hora de largar a hipocrisia de lado e devolver à mulher o direito ao próprio corpo, o direito de se vestir como quiser sem ser importunada, de não precisar usar maquiagem, nem salto alto, nem soutien, nem cabelos longos, nem se mutilar e maltratar para ser aceita; de não precisar ficar nua/seminua em capa de revista toda vez que for falar sobre suas conquistas pessoais, de não precisar dar satisfação à ninguém sobre o que come ou deixa de comer, o direito de ocupar espaços públicos sem que toquem/olhem/assediem seus corpos maliciosamente.

A nudez em si não é um problema, não é "pecado", "coisa impura", é o estado natural do ser humano e ninguém deveria se aproveitar disso para oprimir, violentar, humilhar, assediar outra pessoa. O problema da nudez é o que fazem com ela. Problema é a quem ela serve, em qual contexto e por qual motivação ela ocorre e o que ela gera numa sociedade embasada na exploração feminina.

Já passou da hora de reverem o modo como retratam mulheres em comparação ao modo como retratam homens na mídia. Enquanto este e outros assuntos referentes à dominação masculina e submissão feminina não forem levados a sério, a liberdade e a segurança das mulheres estará sempre em jogo.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Encarando a Caixa

Ontem me coloquei numa posição de vulnerabilidade até então inédita para mim. Estava diante de uma turma grande de pessoas, num espaço grande, sendo observada atentamente por todos e por pessoas cuja opinião sobre mim eu prezo. Ensinei-as algo que eu também tenho bastante dificuldade em executar, suei, hesitei, fraquejei, mas ali estava eu, independente disso, determinada a passar o máximo de informações possível. 
Foi como abrir a caixa de Pandora da minha mente, onde ficam guardadas todas as minhas inseguranças. Vulnerável, centro de todos aqueles olhares, meu cérebro começou a trabalhar alucinado tentando apontar e aumentar todos os mínimos detalhes que poderiam ser motivo para alarme, como se quisesse procurar sinais de perigo eminente: um desajustado alarme de incêndio que ressoa alto e estridente, sem haver, no entanto, nenhum sinal de fumaça.
Meu corpo estava pronto para a retirada, mas a minha mente estava focada em ir até o fim. Isso causou um tremendo rebuliço interno, fez os monstros todos, que se alimentam das minhas fraquezas, ficarem muito confusos e saírem trombando uns nos outros de dentro da famigerada caixa.
Ao término da pequena e um pouco desajeitada aula, não conseguia parar de sorrir de satisfação por ter conseguido passar por isso. Meus monstros estavam todos caídos, cansados, derrotados. Tentaram mais uma investida pouco antes de dormir, mas desistiram exaustos e voltaram para dentro da caixa.
Acordei diferente. Sinto como se algumas situações no passado que foram fontes de aborrecimento e sofrimento, hoje parecessem muitíssimo mais simples. Tenho a impressão de que conseguirei lidar melhor com um evento semelhante no futuro ao ampliar gradativamente a minha zona de conforto. 
Ensinar algo a outra pessoa também é, afinal, uma forma de autoconhecimento. 

Fique e Descubra


Eu poderia falar muitas coisas interessantes ao meu respeito, mas qual seria a graça!? É melhor você ficar para descobrir.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Um brinde aos amigos...


... Que colorem a minha vida e povoam a minha mente com sonhos e o meu coração com amor.




terça-feira, 5 de abril de 2016

Ansiedade

A ansiedade, percebo agora, têm sido uma leal companheira ao longo destes anos. Em alguns períodos ela cresce, em outros ela parece se perder no meio de rotinas atribuladas. Só quando me desobrigo de atividades contínuas consigo perceber sua presença, ainda aqui, fazendo a minha cabeça voar de pensamento em pensamento, perder horas e horas numa dispersão mental sem fim pelas redes sociais.

A ansiedade, percebo agora mais claramente, tem me tirado energia e talento. Por conta disso, eu não consigo mais focar nas minhas tarefas e terminá-las. Se antes eu conseguia fazer coisas incríveis, hoje pequenas realizações como ir ao banco abrir uma conta se tornam motivo de comemoração. Coisas pequenas como decorar uma letra de música, uma coreografia, algumas palavras em outro idioma, fazer um desenho bem feito, ler ou escrever um texto até o final, hoje exigem de mim um esforço enorme. Acho que manter o foco numa coisa só e se empenhar de verdade nesta coisa é a chave real do sucesso e do aprimoramento. Entretanto, anos de mente dispersa foram capazes de minar minhas habilidades, fazer falhar constantemente a minha memória, dificultar processos mentais e impedir a realização de tarefas rotineiras básicas.


Eu descobri agora a fonte da minha angústia e da minha frustração e este é o primeiro passo no caminho para a retomada da minha vida. Não garanto excluir totalmente esta sensação, mas vou procurar, com certeza, prestar mais atenção a isso, fazer exercícios para descondicionamento comportamental, criar hábitos mais saudáveis. Pouco a pouco, com muita paciência e carinho, tarefa a tarefa, respiro a respiro.

sábado, 2 de abril de 2016

Feminilidade Amordaçante


E muita gente não entende mulheres em condições de risco e vulnerabilidade que muitas vezes não conseguem se separar do parceiro, seja por ameaça, seja por ter sido negado a elas estudo e condições para se sustentarem. É simples entender como uma mulher se vê coagida a fazer sexo sem camisinha, por exemplo. Faça o seguinte: observe atentamente o silenciamento sistemático de mulheres na sociedade. Observe atentamente como a sua MÃE, sua tia, sua avó, sua irmã, sua prima, sua amiga são tratadas dentro de casa, no trabalho, na escola.

As mulheres servem aos homens sempre e eu já notei que, na maioria das vezes, as mulheres são excluídas do convívio social, são ridicularizadas toda vez que abrem a boca para emitir opinião, são refutadas a todo o momento. Eu vejo isso todo o dia dentro da minha casa. Vejo homens culpando mulheres por tudo e por qualquer motivo, mulheres boicotadas, deprimidas, pressionadas. Eu vejo isso no meu trabalho, mulheres sendo jogadas para escanteio, tendo créditos roubados, reprimidas, interrompidas. Eu vi isso na minha escola, na minha faculdade, mulheres sendo corrigidas a todo o momento por homens, mulheres sendo subestimadas, ignoradas, exploradas, desencorajadas. Eu vejo isso quando ligo a TV, em novelas, em filmes, em séries, em notícias, mulheres sendo espancadas, sequestradas, estupradas, torturadas, ameaçadas, perseguidas, difamadas, censuradas. 


Basta ligar no Investigação Discovery para ter uma amostra de tudo isso, do que é feminicídio e de como ele é retratado como se não fosse, como se fosse crime "passional", como se fosse coisa de gente "desequilibrada", como se as mulheres fossem "histéricas" e "mentirosas". O que é irônico, já que é um canal televisivo que se alimenta da violência sistemática contra a mulher, tão frequente que consegue sustentar este tipo de programa a mais de 20 anos, sempre com episódios inéditos.


E depois ainda não sabem como uma mulher consegue se ver obrigada de alguma forma a fazer as vontades do homem, inclusive de não usar camisinha. Como muitas vezes as mulheres são ainda condicionadas a ACHAR que QUEREM uma coisa. Como as mulheres tem MEDO: do abandono, da rejeição, da violência, da exclusão, da MORTE. Isso faz parte da socialização da mulher, ceder, ceder e ceder. Morrer morrer e morrer. Quem não sabe disso não observou o suficiente ou finge que não vê.



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