sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dúvidas

Quando adotamos certas condutas consideradas positivas, adotamos para nós mesmos ou para os outros? E se isso nos satisfaz, é porque nos agrada ou porque agrada aos demais? Como saber se a nossa satisfação advém de nós mesmos ou da imagem que passamos para quem nos assiste?

Amanhecer



Não há realmente alegria na manhã. Apenas, talvez, certa serenidade.

Lista de supermercado


Me incomoda a sensação de procurar candidatos em uma lista, sem ver seus rostos, suas propostas, suas histórias e origens. É quase como quando procuro médicos do convênio para me consultar. Sem uma informação sequer além do nome, não consigo escolher por outro critério senão esse! E, como toda escolha às cegas tem seu risco...

Então é assim?



Na primavera o vento sopra gélido, os ambientes são abafados, o sol é quente, os dias chuvosos e as árvores exuberantes e floridas
Na primavera os pássaros cantam mais alto, o dia nasce mais claro, o tempo passa mais rápido e o amor é mais evidente
Ah, então é assim?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cromossomos XX




Revendo um pouco a minha vida, dificilmente reconheço momentos nos quais desejei ser outra pessoa além de mim. Ao contrário, na maior parte do tempo, tudo o que busco e busquei foi a mim mesma, minha identidade, minha personalidade, meus defeitos, gostos, minhas virtudes e características mais profundas.

Acontece que me vi refletindo um dia desses com os meus amigos e concluí, mais uma vez, o quanto estou satisfeita por ser quem sou, apesar de todos os defeitos. Isso mais especificamente em gênero. Sim. Gosto muito de ter nascido mulher, obrigada, e não desejaria ser homem.

Baseio as seguintes reflexões em minhas experiências com homens até então, através de observações, interações e questionamentos. Não tenho a intenção de alimentar intrigas, promover segregação ou de concluir cientificamente coisa alguma, apenas acredito, apesar de toda semelhança, na existência de diferenças entre homens e mulheres em seus modos de assimilar informações, enxergar o mundo e se relacionar com ele, entre outros aspectos.

Isso deve parecer muito óbvio para você, ou talvez nem tanto, se você mantém ainda algum discurso feminista, no sentido igualitário da coisa. A questão é: homens, pelo menos os que me cercam, são mais práticos mesmo. Vivem de maneira mais objetiva e simples, dispensam nossos famigerados dramas femininos, nossas dificuldades, agonias, questões. Dificilmente me deparo com homens cuja mente se encontre povoada por inquietações, perdida em preocupações interligadas de maneiras inimagináveis, muitas vezes despropositadas. Vejo-os com problemas objetivos, até mesmo palpáveis, que, quando solucionados, o humor é restaurado e a vida segue bem.

Não preciso me aprofundar muito neste aspecto em relação a figura feminina, assim acredito. Tentarei ser breve.
Ser mulher é pensar e repensar sobre o mesmo assunto, em diversos momentos e sob infinitas visões. É sorrir com certa tristeza e chorar com certa alegria. É ver o mundo desabar de uma hora para outra e se reerguer na mesma velocidade, muitas vezes sem motivo aparente. É ser diabo e anjo, mãe e filha, fragilidade e força. É observar um mundo de "algos" mais, mergulhar no infinito, gritar calada ou calar gritando. É ser o paraíso no inferno, o inferno no paraíso ou ambos na Terra. É ser uma criadora em potencial, dotada do milagre da vida. Ser mulher, é também ser menina! Vocês me entendem?!



Permitam-me, então, um "desvio", porque quando concluí o quanto gosto de ter nascido do gênero feminino também pensei em outros aspectos, digamos assim... Mais "banais". Gosto de gastar um tempo do meu dia montando o "look" de acordo com o clima, destino, humor e intenção. Gosto de modular a voz como me convém, expressar interpretar uma idéia, emoção ou pensamento. Gosto da possibilidade de ser histérica, de saltitar por aí sem que ninguém estranhe. Gosto da possibilidade de ler tanto uma revista de moda quanto um livro de mecânica, ouvir tanto música pop melosa quanto heavy metal, de dançar rebolando, de ser extravagante. Gosto da liberdade de chorar copiosamente em público, de andar de braços dados e abraçar forte as amigas, de vestir terninho num dia e vestido no outro, de passar maquiagem, pintar as unhas de N cores e usar salto alto...

Enfim... Dei esta volta toda apenas para dizer: gosto de ser mulher, no sentido pelo qual compreendo esta definição e não desejaria ser outra coisa.

Papo de elevador



O que antes era considerado papo de elevador, hoje já é polêmica. Falar sobre o clima deixou de ser o assunto de quem não tem assunto. Se tornou uma verdadeira inquietação.
Se chove, se faz sol, se esquenta ou se esfria, o clima é sempre comentado com o alarme dos precavidos e agonia dos despreparados. Não se sai de casa sem discutir essa importante questão. Estraga-se o dia se veste sandálias e chove torrencialmente, se veste dois casacos e faz sol escaldante, se veste saia e venta como se houvesse furacão a caminho.
Com um tempo imprevisível desse, se sai bem quem, com a intuição e com os sentidos mais apurados, decifra a língua da natureza. Ou quem se adapta a ela...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Males



Para cada pessoa, deve haver um male com o qual ela precisa conviver. Há quem tenha azia, há quem tenha bronquite, dor nas costas, asma, gastrite, refluxo, etc. Para mim, em algum lugar deve estar escrito a ferro e fogo: enxaqueca. Enxaqueca é a minha sina, o meu mal totalmente desnecessário, a minha rotina. E o pior é que sequer posso afirmar com segurança a procedência exata dessas dores exruciantes na cabeça, mais precisamente do lado esquerdo.

Tem se tornado comum eu ser chamada de hiponcodriaca, como se vivesse procurando doença apenas por visitar um médico ou outro. Primeiramente, manifesto meu sentimento de injustiça em relação a isso. Parece mania nacional, procurar especialista quando já estivermos nos arrebentando de dor por aí, quase um atestado de mártir: "fulana tem dores no joelho a 20 anos, já", "delcrana sofre de gastrite, coitada...". Sinto discordar, pois não há nada de heróico em postergar uma consulta médica, em prolongar dor ou em sofrer com doenças crônicas. Prefiro muito mais prevenir e tentar entender aquilo que meu corpo talvez esteja querendo me dizer.

Digo isso porque, na maioria das vezes, não consigo desvendar os sinais. Tenho dificuldade em entender por que às vezes fico tonta, ou por que minha pressão cai, fico enjoada, sem voz, com a boca seca, etc. E necessito entender, mesmo que para isso custe meu tempo, paciência e dinheiro, quero meus mistérios físicos revelados. Prefiro antes um nome de doença à dor anônima.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sabe?

Não vejo como falar de outro modo senão com o coração, pois, mesmo sendo irracional, se falassemos de outra forma, nada seria real.

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