segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

2012

Sufoca-se no aglomerado civil
Implora-se por um fôlego tóxico
Rodas soberanas marginalizam
aqueles que sob pernas às construíram

Turba tropega cega em pés estendidos
Pés criados em berços de lixo
Seres engravatados, sub-parasitas
tragam o resto do mundo hospedeiro

O horizonte se verticaliza
Para terem lugar no céu

A humanidade se capitaliza
Para ter lugar ao sol

Somos filhos bastardos da destruição
Somos pais alterados pela evolução

Imensidão mundana
mal abriga seus habitantes
amaldiçoados pelas companhias
iludidos pela solidão

Flor não nasce em concreto
Pássaro não canta em poste
Árvore não cresce em lixeira
E o homem só teme a sua morte

O horizonte se verticaliza
Para terem lugar no céu

A humanidade se capitaliza
Para ter lugar ao sol

Somos filhos bastardos da destruição
Somos pais alterados pela evolução


Vegetando a própria existência
bicho gente vive em estufa
Balbucia marxismo
Balbucia capitalismo
Balbucia o fútil do dia
Microscópico em seu próprio Universo

Falta o som do silenciar
Falta o frio para aquecer
Falta a falta do que fazer
Falta estrela p/ contar

Somos filhos bastardos da destruição
Somos pais alterados pela evolução

5 comentários:

Nathi disse...

Você sempre me surpreendendo, não é mocinha?!

Incrível sua poesia com ar de exortação e desespero em ver que faz parte também do caos mundial.

Minha culpa, sua culpa, nossa culpa e ainda assim nos cabe uma linda poesia sobre algo tão horrendo!

Parabéns!!

Ps:Viu que lhe indiquei um selo?!

Nathi disse...

"Sem amor, a vida não faz sentido, simplesmente e poucos realmente experimentaram o verdadeiro amor, logo, o verdadeiro sentido da vida.
Se todos vivenciarem o amor, sublime como é, este mundo seria o paraíso. E tenho o dito!"


E tenho ouvido,mamãe!!

*LIS disse...

Logo no comeco da poesia vi as ruas paulistanas...
depois vi o mundo como um todo.

Como a Nathi disse, uma poesua lindissima em meio a um tema pavoroso, mais ainda por ser tao real.

Me lembrou musicas de Cazuza, Legiao, alias! Voce deveria musica-la!
Ficaria uma bela obra...

Tambem me surpreendi! Parabens!

Lilo Oliveira disse...

"Flor não nasce em concreto
Pássaro não canta em poste
Árvore não cresce em lixeira
E o homem só teme a sua morte"

foi o que mais gostei...aliás adorei a poesia toda, incrivél como transporta-nos para ver literalmente essa destruição que você poematizou lindamente nesses versos e que infelizmente de fato são reais...mas esse trecho foi o que mais me chamou atenção, ou o que mais me fez refletir. Essa coisa de tirarmos os lugares onde a natureza vive, esquecendo que acabamos tirando o "nosso lugar" junto, mas mesmo assim o ser humano teme a morte, sem se dar conta que está contribuindo para ela chear mais rápido.

Bem lindíssima a poesia, parabéns.
Gostei do blog em sí...muito belo.

Paz Bem e Luz

Lilo Oliveira disse...

ps.: desculpa a invação...e o pitaco.

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