quinta-feira, 12 de maio de 2016

Chegou um ponto em que percebo, um tanto estarrecida, que não posso proteger ninguém, talvez nem eu mesma. E o que sobra? Viver, eu acho, mas sabendo que a vida não tem rede de proteção. O controle é uma ilusão parcialmente abandonada. O paradoxal medo da morte. O que resta? O que importa? Eu sou a minha única sina real, mas não vivo numa ilha, não posso nem fingir que vivo. Estamos o tempo inteiro interferindo na vida dos outros e os outros na nossa. Talvez eu seja mimada e egoísta, mas por alguma razão, dentro de outro contexto, minhas faltas parecem menos criminosas. Preciso ser mais justa, acho. Comigo e com os outros.

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