quarta-feira, 20 de outubro de 2010

20 primaveras


E eu que nunca notei a primavera hoje a percebo como quase uma extensão de mim mesma. 
Incrível como passei 20 primaveras sem realmente notá-las. A primavera é justamente a estação indefinida... Como eu... Como eu, após viver 20 delas...

E quando olho no espelho, tento procurar o que há de tão 20 em mim, tento enxergar do que é feito meu rosto e se me orgulho dele. Se tive, afinal, uma vida feliz até hoje, se estou realizada... 

E por que 20 anos é uma idade tão decisiva? Parece que, de repente, precisamos muito fazer algo importante nesta idade, como, sei lá, descobrir a cura do câncer, abrir uma micro empresa que um dia será tão relevante quanto a Apple, colocar o pézinho na estrada rumo uma carreira incomparável de artista.

E é com 20 anos que entramos na próxima casa decimal, pela primeira vez. Assustador. Depois dos vinte, o tempo passa voando, já me disseram. E já me disseram também, se não mudou até os 20, não muda nunca mais. 

E minha mãe que teve a primeira filha com 25? E pensar que isso está a apenas 5 anos de diferença de mim... Impossível! Em cinco anos não é possível atingir um grau de maturidade tão superior ao que eu conquistei até agora, ao ponto de cuidar de um filho.

Há algo de amedrontador nos 20, afinal... Algo de inalterável, como se não houvesse mais volta nem destino.

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