quinta-feira, 25 de julho de 2013

Medo


Nos últimos tempos, perdi meu medo de agulha, do escuro, do mar, do rio, do frio, da dor, de virar de pernas para o ar, de dançar na praia como se areia fosse linóleo de palco, de cozinhar para mim, de cozinhar para os outros, de gato, de gente, de falar ao telefone e de falar ao vivo, da nudez, de depilação com cera, de fazer trabalho para conclusão de curso sozinha, de trabalhar, de acordar antes das 5, de banco, de martelo, de prego, de alicate, de parafuso, de bucha, de furadeira e de cabo elétrico, de ser como gosto de ser, de andar com quem gosto de andar, de evitar quem eu preciso evitar, de rir sozinha no ônibus, de agradecer meus pais, de perdoar meus pais, de não estar com a razão, de me olhar no espelho, de tocar os outros, de não ser bonita, de falar sobre todo o tipo de coisa,  do fracasso, das minhas lágrimas, do imprevisto, do silêncio, do barulho, do vazio.

O medo não é estático, exige superação constante sobre si mesmo. Por isso, ainda terei muitas e muitas oportunidades na vida para ser corajosa.

Ainda bem.

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