quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Me descobrindo




Alguma coisa mudou devagar e discreto em mim para hoje aparecer de solavanco. Torrente de entendimentos às vezes precisos, mensuráveis numa frase, às vezes fragmentados, interrompidos para depois serem continuados, às vezes internos, sentidos, voláteis.

Me entendi hoje em várias formas, embora tenha me entendido desconjuntada. Não sei ainda como juntar tantas peças.


Descobri que fui vencida, neste final de ano, apenas pelo cansaço. 
Que eu não torço por outra pessoa se ela não me comove.
E que se os outros não torcem por mim, é porque não os comovi também.
Preciso cativar mais e me interessar mais pelas pessoas.

Descobri que me falta mais garra para lutar, que o meu bocado está guardado, só falta alcançar.
Nem que seja com unhas e dentes.

É possível ter atitude e ter leveza ao mesmo tempo.

Descobri que existem três principais formas de se viver: podemos trabalhar por subsistência, podemos trabalhar para ajudar os outros ou podemos trabalhar para criar o nosso. 
A partir disso, só varia mesmo a área.

Descobri que meu cabelo tem jeito se não for cortado reto, que me basto como manicure, que eu canto melhor se estiver em pé, que exercício físico e boa alimentação não servem apenas para ficar esbelta, mas principalmente para me manter saudável, descobri mais maneiras de valorizar o meu corpo e a minha personalidade através de roupas.
Descobri que eu realmente gosto de mim mesma e não tenho nenhuma desculpa para não ter uma boa saúde e boa aparência.

Descobri que eu preciso, e sempre precisei, de um tempo maior para aprender novas habilidades ou para assimilar novas informações. E que isso é normal, faz parte de mim. E só é ruim se não tenho foco.

Descobri que eu nunca fui uma pessoa totalmente suave, só muito cordial. E que hoje sou grata por terem, primeiro, me ajudado a encontrar a violência dentro de mim e agora me ajudarem a canalizá-la. 

Eu não preciso ter receio de ser eu mesma, preciso apenas manter a minha criatividade e curiosidade ao longo dos anos. E desenvolver a minha extroversão.

Eu não preciso ter medo de errar, nem de passar por situações de crise, apenas saber, nem que seja por um vislumbre, qual é a razão de tudo isso, aonde eu quero chegar.

Sacrifícios só valem a pena se você tiver consciência do que está sendo sacrificado e para que. Se for mantida a tranquilidade mais absoluta sobre a relação entre o tempo e a felicidade.

Sacrifício, mesmo, só existe se você não é capaz de ser feliz em todos os momentos, apesar dos pesares: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." (Fernando Pessoa)

Um comentário:

Nathi disse...

Madura, ou crescidinha..

vai depender se falarei de sua menina interior que se esconde nos seus olhos, ou se da mulher que conheci um pouco.


Desejo que em 2012 você viva o que precisa viver, e não o que quer.

A gente quase sempre não sabe de nada, é bom ter um pouco do que precisamos acima do que queremos, às vezes, só para nos manter realistas.

Não sei o que houve, o que há, o que haverá. Só sei o que leio, e é com certeza, em gráfico, uma -quase- reta ascendente!

Bravo!

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