quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Perdoar é um ato de coragem e amor




Todos fazem escolhas nesta vida e, quando se mostram equivocadas, quando prejudicam alguém, depois disso resta mais uma escolha para cada um dos envolvidos: ou insistem em ser vítimas ou insistem em ser vilões.

É tão fácil se enquadrar no papel de vítima. Tão simples, tão sádico, tão covarde. Qualquer um pode ser vítima o tempo inteiro, de outras pessoas, de situações, de "falta de sorte", de "falta de oportunidade", do mundo. Jogar a culpa no outro ou nas circunstâncias é cômodo, quase uma benção. "Não tinha coragem para fazer isso, para dizer aquilo, para ir ali, para mudar, então vou ficar aqui culpando o céu e o mundo, porque não quero evoluir. Evoluir é difícil."

Agora numa briga, quando uma pessoa prejudica outra por alguma razão, vou te dizer uma coisa: não é fácil ser vilão da história. Não é fácil ser culpado. Porque no fundo todos são bem intencionados, todos querem ser bons, querem ser aceitos, entende? E quando não são, isso os torna automaticamente errados no mundo. É difícil ser um erro, um fracasso. Conviver com alguma culpa, algum remorso, é horrível. Eu sei disso, já encarnei o papel de vilã várias vezes, e sabe porquê? Porque me convenceram disso e, principalmente, porque EU não me perdoei.

Hoje, na minha primeira fase da maioridade, afirmo já ter derramado muitas e muitas e muitas lágrimas por causa de outras pessoas. Fiquei e ainda fico remoendo coisas "ruins" que fiz para elas, me penalizando por ter sido uma "garota má", me sentindo uma fraude. Eu ainda tenho alguma jornada pela frente, mas eu sei qual é o primeiro passo: me perdoar.

Eu me perdoo. Eu me perdoo. Eu sou inocente, juro que sou, juro que todos os meus erros foram frutos de uma falta de jeito, não de uma falta de caráter. Às vezes eu sou desajeitada, é só isso. Eu amo muito e meu amor às vezes é muito grande. Meu amor às vezes é egoísta, às vezes é sufocante, às vezes é medroso de ser um amor solitário.

Minha falta de jeito nunca é maliciosa. Não é premeditada. Não sou vilã de nada. E nem ninguém deveria ser vítima.

Justamente. Cada um faz a sua escolha. Eu escolhi me perdoar, escolhi ter os braços abertos, não ter medo de amar. E isso exige coragem, força. Essa história de se permitir ser feliz.

2 comentários:

Nathi disse...

Rapaz! Tinha perdido uns textos bons aqui. Olha, moça, você tá crescidinha mesmo, perdoar a si mesma é se permitir um novo começo.
Depois disso o proximo passo é perdoar os nossos pais, não sei se você se enquadra, mas todos os jovens, com os quais mantenho alguma relação, precisam perdoar os seus pais.

Começando por mim, já iniciei o processo, é que comigo a coisa é devagar. Afinal os pais "São crianças como você" Beijos

Ps: Só faltou vc e a Laura no Chá...pena! [depois faço outro com muito carinho!]

Unknown disse...

Perdoar os pais... Me enquadro no perfil, com certeza... E é bem difícil, porque eu praticamente esqueço disso, esqueço que preciso perdoá-los.

Ah, Nathi, perdão (de novo esse assunto?), não ia dar mesmo... Você faria? Ficaria feliz! =]

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