quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mimos de quem? Um apelo.



"O destino nos dá irmãos, mas o coração escolhe os amigos."

Ouvi um dia desses da avó do meu namorado: "quem quer elogio e atenção, não teve avós."

Pois eu vou contar uma história longa e triste para vocês, meus caros.

Eu não tive avós.

Meu único avô vivo, meu avô paterno, morreu quando eu tinha 15 anos de idade e nunca deu a menor bola para mim. Inclusive, o único presente que recebi dele na vida inteira foi uma nota de US$100,00, por causa do meu bat-mitzvá.

Eu tenho ainda uma tia avó, materna, porque o meu tio avô também morreu em 2005. E querem saber de uma coisa? Nunca se interessaram em manter contato também, em puxar assunto, em me mimar, de verdade, como vejo muitos avós fazerem por aí.

Para os meus pais eu sou uma completa alienígena e com eles não tenho a mínima intimidade para pedir conselhos ou um cafuné.

Com a minha irmã, não consigo desabafar sobre tudo, divergimos de opinião, não em vários aspectos, mas em alguns importantes.

Ou tudo isso é verdade, ou sou ingrata, ou sou responsável por tudo isso. Vai ver eu nasci mesmo uma frígida alienígena antissocial. Mas de qualquer forma, gostaria de informá-los, queridos amigos, que sobrou para vocês.

Vocês são a minha única esperança, só com vocês quero desabafar, só de vocês quero ouvir conselhos, elogios e críticas e só de vocês eu quero um colo, vez ou outra.

Então, por favor, não economizem amor e não me façam acreditar que a única solução para mim é frequentar uma terapeuta. Não me façam sentir inadequada demais. Nunca. Por favor.

Eu preciso de vocês.

Um comentário:

Nathi disse...

Ah, Paula, que nó na garganta.

Nossa, não se sinta alienígena, isso não, você é maravilhosa, tenho muita honra em dividir instantes de sua vida, mesmo que raros, são muito preciosos [ e isso não é porque vc pediu elogio ou carinho, é verdade].

Mas, vamos ao que interessa, eu tenho avós, só não conheci o meu paterno, morreu meses antes do casamento dos meus pais, mas tive assim, de um modo diferente deles demonstrarem - porque famílias nordestinas podem ser ou muito melosas ou muito secas, a minha está mais para a segunda...- carinho familiar.

Mesmo assim, eu confesso, SOU UMA PESSOA CARENTE. Não sei se é errado assumir isso, mas não precisa se esforçar pra perceber que quase todo mundo no mundo é carente, então, não! Você não é ET, e já que mencionou, gostaria que nos víssemos mais vezes, acho que se até hoje somos mais como colegas, a amizade de verdade não veio por falta de oportunidade, não de compatibilidade.

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