terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Made in Japan






Se eu acreditasse em reencarnação, eu diria que fui japonesa na outra vida. Desde pequena sou absolutamente fascinada por esta cultura. Me recordo de sentir o coração aquecido quando via os postes de luz do bairro da Liberdade, não importava se era dia ou noite. Qualquer coisa que tivesse um ideograma desenhado me despertava interesse, as louças, os kimonos, as sandálias, os trejeitos, a história, as artes, as casas, os costumes, tudo isso sempre me encantou muito!

Com seis anos de idade, já era fã incondicional do animê Sailor Moon. Por causa dele comecei, de fato, a desenhar. Rabiscava as guerreiras em todos os cantos de papel disponíveis. Em branco, por favor. Jamais desenharia em cima de coisa escrita. Desde pequena era meticulosa. 

E não foi tarefa simples entender como traçar aqueles laços, cabelos e aquelas roupas de curvas tão drásticas. Nem os olhos grandes e expressivos, nem o formato dos rostos, nem as mãos delicadas. Tudo em Sailor Moon é muito dramático. E eu amava.

Passava horas apenas coletando imagens deste animê na internet. Meu objetivo era simplesmente possuir todas as imagens disponíveis no Universo. E então organizava as melhores em slides do Power Point, contando toda a história do desenho nos mínimos detalhes. Hoje sou perita em Power Point, e deve ter sido por causa desta habilidade que comecei a editar videos aos dezesseis anos de idade.

Depois de Sailor Moon, fui fã absoluta de Pokémon, Sakura Card Captor e Inu Yasha. Neste meio tempo houveram outros como Corrector Yui, Kaleido Star, Super Pig, Yu Yu Hakusho, enfim, a maioria dos animês transmitidos pelo Cartoon Network e Fox Kids. No entanto, quando me deparei com Samurai X (Rurouni Kenshin), foi paixão eterna.






Lembro do susto de ouvir uma trilha sonora em japonês pela primeira vez, da surpresa em relação ao traçado. Perfeito! Nunca havia visto nada igual! Viciei para a vida toda. Lembro de ir à Comix com a minha mãe para comprar os mangás e as fitas dos OVAs e filmes de Rurouni Kenshin. Voltava com frequência, porque as fitas sempre estavam com problema...


Ficava até às 3:00 da manhã para assistir no Toonami, pois Samurai X havia parado de passar à tarde. Gravei muitos episódios no VHS que ficava no quarto dos meus pais. Assisti vários deles em silêncio e com fone de ouvido para não acordar a minha irmã. Passei madrugadas tentando carregar uma a uma das músicas temas do animê que o meu amigo, o "Dark Magician", me passava pelo ICQ. Demorava horas para cada uma e todos estavam proibidos de usar o telefone! (eu posso ser um pouco tirana às vezes...)


A partir daí, é difícil percorrer corretamente este caminho tortuoso no qual uma coisa esbarra na outra, coincide com esta, se desvia daquela. Para encurtar esta história tão extensa, acredito ter sempre gostado da cultura japonesa, em geral, independente da influência dos animês e mangás, embora eu saiba que o Universo "otaku" com certeza me aproximou ainda mais do japonês.


Hoje, muitos e muitos produtos, coleções, eventos, episódios, músicas, downloads, leituras, restaurantes, filmes, cursos, karaokês e pesquisas depois, estou começando a aprender japonês! Sou uma estudante de nihongo! Nada mais óbvio, natural e feliz! É um prazer muito grande pegar no meu material de estudos, aprender a ler e a escrever numa língua tão familiar.


ありがとう! またね!

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