segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Gratidão à J.K. Rowling



Senti um alívio em relação a minha origem e ao meu destino. Uma certeza e uma leveza. O conforto de saber que fui bem criada, que eu sou, afinal, da geração Harry Potter. 


Eu tive a sorte de espiar, desconfiada, as páginas desses livros incríveis, quando ainda jovem. Não foi amor à primeira vista, eu admito. Precisei assistir o primeiro filme, com 11 anos de idade, depois o segundo, com 12 anos, para me convencer, aos 13, a ler os livros. E comecei pelo terceiro, para então retornar ao primeiro e ao segundo livro. E então reler o terceiro e aguardar o lançamento dos outros. AGUARDAR o lançamento dos outros.


Como posso explicar isso? Este fenômeno da literatura, esta pottermania?! Qual criança hoje aguarda ansiosamente o lançamento de um LIVRO? Ai, estou desviando do assunto.


Continuando a linha de raciocínio.


Harry Potter não é um livro que eu seguro com carinho, é um livro que eu abraço, acaricio, cheiro e contemplo. Não é uma herança, é um legado.


Sou muito grata à J.K. Rowling por ter salvado a minha infância e pré-adolescência, por ter afiado o meu gosto pela leitura, por ter me ajudado a desenvolver a escrita, por ter me ensinado tantos valores, por me mostrar que eu não estou sozinha, por ter me presenteado com um magia que eu sequer sabia precisar. Por ter me dado abrigo nas asas calorosas da imaginação. 


Passei o último dia de 2011 e o primeiro de 2012 assistindo  aos dois últimos filmes de Harry Potter e seus extras. Por esta razão, me dei conta do quanto sou grata pela equipe ter realizado uma produção tão minuciosa, pela sensibilidade do diretor, pela exímia atuação e dedicação dos atores, enfim, por não terem desistido, ao longo desses 10 anos, de fazerem sempre o melhor. 


Sou grata por tamanha consideração pelos fãs da série, por eles não terem transformado a realização desta saga num mero objeto para arrecadar dinheiro. Juro, uma equipe cinematográfica que decide produzir uma varinha personalizada para cada ator envolvido, principal, coadjuvante ou figurante, não pode ser uma equipe meramente comercial. Há algo muito além.


E eu sou muito grata por ter acompanhado a série Harry Potter de livros e filmes, porque hoje eu tenho a segurança de que Hogwarts estará sempre aberta para mim, não importa quanto tempo passe.

O que dizer? Eu ainda sinto o cheiro de cerveja amanteigada e tortas de abóbora.


E eu ainda aguardo a sonsa da minha coruja entregar a bendita carta.

"Hogwarts will always be there to welcome you home."

(J.K. Rowling)



Um comentário:

Nathi disse...

sabe, Paulinha, eu não faço parte desta infância, li outras coisas, me atrai por outras iscas, mas sou solidária a esta sensação de gratidão à palavra escrita.

Mudou minha adolescência, quando eu cansei de contar quantas vezes eu fui a "aluna nova" da escola...vai por mim, ser aluno novo no meio de quase todos os bimestres do ano não te faz muito popular. Para onde você corre para se proteger da solidão? Livros, eles sempre te dão ouvidos, mesmo que quem fala são eles, é algo mágico e com certeza confortável.

Muita palavra escrita para nós em 2012!

Creative Commons